A Justiça Federal condenou três indivíduos, incluindo um ex-prefeito e um ex-secretário municipal de Nova Friburgo (RJ), por desviar verbas públicas destinadas ao socorro das vítimas da tragédia climática de 2011. Os réus receberam penas de 9 anos, 10 meses e 10 dias de prisão, mas poderão recorrer em liberdade. Além disso, foram condenados a ressarcir os cofres públicos em aproximadamente R$ 171 mil cada. A ação penal foi movida pelo Ministério Público Federal (MPF), que identificou contratações irregulares, manipulação de documentos e direcionamento de serviços a empresas específicas, muitas vezes em prejuízo de concorrentes.
Segundo o MPF, os acusados aproveitaram o estado de calamidade pública para justificar contratações sem licitação, utilizando orçamentos falsos e documentos forjados para legitimar os desvios. O procurador da República destacou que a decisão reforça a reprovação de práticas corruptas, especialmente em contextos de crise. Os condenados negaram as acusações ou optaram por não se manifestar até que a decisão judicial se torne definitiva.
A tragédia de 2011 em Nova Friburgo foi um dos piores desastres naturais do Brasil, com cerca de 900 mortes e milhares de desabrigados na Região Serrana. O evento causou danos extensos, interrompendo serviços essenciais e dificultando a resposta emergencial. Dez anos depois, a cidade ainda enfrenta obras de reconstrução, enquanto a condenação dos envolvidos no desvio de verbas marca um capítulo judicial do caso.