A Justiça dos Estados Unidos decidiu nesta segunda-feira (14) que o governo não pode revogar o status legal de mais de 530 mil imigrantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti. A medida, que entraria em vigor em 24 de abril, abriria caminho para a deportação desses indivíduos, muitos dos quais entraram no país sob um programa de proteção humanitária implementado em 2022. A decisão, emitida por uma juíza federal em Boston, representa um novo obstáculo para as políticas de imigração do atual governo, que prometeu realizar uma das maiores deportações em massa da história do país.
O programa anterior permitia a entrada legal de até 30 mil migrantes por mês desses países, concedendo-lhes visto de residência e asilo devido às condições de direitos humanos em suas nações de origem. O governo atual alegou que a medida era necessária para conter imigração irregular, mas a Justiça considerou que a interpretação da lei foi equivocada, já que os beneficiários do programa tinham autorização para permanecer nos EUA. Com a decisão, os imigrantes mantêm sua proteção legal, evitando o risco imediato de deportação.
Até o momento, o governo não se manifestou sobre a decisão judicial. A questão ocorre em meio a promessas de intensificar deportações, incluindo a utilização de leis antigas para expulsar grupos específicos. O caso reflete os desafios legais e humanitários envolvidos nas políticas de imigração, que continuam a ser um tema polarizador no país.