A Justiça dos Estados Unidos decidiu, na segunda-feira (14), impedir o governo de revogar o status legal de mais de 530 mil imigrantes da Venezuela, Cuba, Nicarágua e Haiti. A medida, que entraria em vigor em 24 de abril, abriria caminho para a deportação desses indivíduos, muitos dos quais entraram no país sob um programa humanitário implementado durante o governo anterior. A decisão, emitida por uma juíza federal em Boston, representa mais um obstáculo para as políticas migratórias restritivas prometidas pelo atual governo.
O programa em questão, lançado em outubro de 2022, permitia a entrada mensal de até 30 mil migrantes desses países, concedendo-lhes visto de residência e asilo devido às condições críticas de direitos humanos em suas nações de origem. A revogação proposta foi considerada judicialmente equivocada, pois baseava-se em uma interpretação incorreta da lei de imigração, que não se aplica a pessoas com autorização legal para permanecer no país.
A decisão judicial mantém a proteção legal dos imigrantes, evitando que sejam colocados em processo de deportação. O governo ainda não se pronunciou sobre o veredito, que surge em meio a promessas de intensificar a remoção de migrantes sem documentação. O caso reflete a contínua disputa entre as diferentes esferas de poder nos EUA sobre a política migratória do país.