A Justiça de São Paulo condenou o governo estadual a pagar uma indenização de R$ 10 mil por danos morais a um aluno vítima de racismo em uma escola pública de Guarulhos. O caso ocorreu em 2023, quando um professor teria feito comentários ofensivos, como comparar o estudante a um “cachimbo de macumba” e afirmar que não gostava de “pretos, pobres e burros”. As declarações foram presenciadas por colegas de classe e corroboradas por testemunhas e documentos da apuração interna da escola.
Durante o processo, a diretora confirmou que já havia recebido relatos anteriores de alunas sobre comportamentos racistas do mesmo professor. A defesa do governo não negou as falas, mas argumentou que a escola não foi negligente, tese rejeitada pela Justiça. O magistrado responsável destacou que o educador tinha um histórico de conduta problemática, com queixas semelhantes registradas anteriormente. O contrato do professor foi encerrado após os episódios, oficialmente por excesso de faltas injustificadas.
O caso foi levado à delegacia por pais de alunos e serviu como exemplo da diferença entre racismo e injúria racial. A decisão judicial, que ainda cabe recurso, reforça a responsabilidade das instituições em coibir práticas discriminatórias no ambiente educacional. A reportagem solicitou um posicionamento do governo de São Paulo, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.