As taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) com prazos mais longos encerraram a segunda-feira (7) em leve alta, influenciadas pelo fortalecimento do dólar frente ao real e pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries nos EUA. O cenário reflete a reação dos mercados globais às novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos e às ameaças de elevação adicional de taxas sobre produtos chineses. Enquanto contratos como o DI para janeiro de 2031 subiram 6 pontos-base, atingindo 14,43%, a ponta curta da curva manteve relativa estabilidade, com investidores ajustando expectativas para a Selic.
A volatilidade foi acentuada por notícias contraditórias sobre uma possível pausa de 90 dias nas tarifas comerciais, inicialmente divulgada pela CNBC e posteriormente negada pela Casa Branca. Isso levou a oscilações nas taxas futuras e no câmbio, com o real perdendo força após breves recuperações. Especialistas destacaram o ambiente de incerteza gerado pela guerra comercial, que pressiona ativos de risco e amplia a busca por segurança em moedas como o dólar.
Enquanto isso, preocupações com uma recessão nos EUA e seus impactos globais mantiveram os investidores cautelosos. No Brasil, o mercado passou a precificar maior probabilidade de um aumento de 50 pontos-base na Selic em maio, contra os 75 pontos-base anteriormente esperados. O boletim Focus manteve as projeções de inflação e taxa básica de juros para os próximos anos, mesmo diante do cenário turbulento, reforçando a expectativa de continuidade na política monetária cautelosa do Banco Central.