Em um dia de liquidez menor devido à semana curta pelo feriado do Dia do Trabalhador, os juros futuros (DIs) apresentaram ganhos durante boa parte da sessão, mas perderam força no fechamento, encerrando com leves quedas em alguns vencimentos. O movimento foi influenciado pelo recuo do dólar ante o real — o sétimo consecutivo — e pela queda nos rendimentos dos Treasuries norte-americanos. Investidores também ajustaram posições diante da ausência de novidades nos discursos do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, que reiteraram a necessidade de equilíbrio fiscal e ancoragem das expectativas de inflação.
A curva de juros refletiu o cenário de cautela, com contratos de curto prazo, como o DI para janeiro de 2026, fechando em alta, enquanto vencimentos mais longos, como os de 2031 e 2033, registraram quedas modestas. O mercado seguiu atento às projeções do Focus, que mostram inflação acima da meta em 2025 e 2026, além das apostas no mercado de opções do Copom, que precificam alta de 50 pontos-base na Selic em maio. No exterior, os Treasuries recuaram em meio à expectativa por dados econômicos dos EUA.
O cenário sugere continuidade da pressão sobre as taxas, com agentes avaliando o impacto do câmbio e da política monetária. Apesar do tom moderado das autoridades, as expectativas de inflação desancoradas mantêm o desafio para o BC, enquanto o mercado busca sinais mais claros sobre o rumo dos juros no curto prazo.