Os juros futuros encerraram o dia sem tendência única, com taxas curtas em alta e as longas em queda, resultando em uma curva menos inclinada. A liquidez permaneceu abaixo do habitual, reflexo da cautela dos investidores antes do feriado prolongado. Enquanto os Treasuries norte-americanos subiram moderadamente após dados positivos do mercado de trabalho, o dólar recuou, influenciado pelo avanço do petróleo, fechando a R$ 5,8037. No Brasil, as taxas locais foram impactadas por fatores técnicos, especialmente o grande leilão de títulos prefixados do Tesouro, que concentrou volumes significativos em LTN e NTN-F.
A semana foi marcada por um achatamento da curva, com quedas mais acentuadas nos vencimentos longos, impulsionadas pelos temores de recessão global e possíveis flexibilizações monetárias em economias desenvolvidas. O leilão do Tesouro, o maior em DV01 desde março, ajudou a conter pressões adicionais na ponta longa, que já enfrentava preocupações fiscais devido a discussões orçamentárias. Enquanto isso, os vencimentos curtos mostraram resistência, mesmo com a desaceleração do câmbio e o ajuste nos preços do diesel pela Petrobras, cujo impacto direto deve ser mais sentido no atacado.
Analistas destacam que, sem o efeito do leilão, a curva longa estaria sob maior pressão devido aos riscos fiscais crescentes, que ameaçam a credibilidade econômica. O feriado prolongado nos EUA e no Brasil também contribuiu para a reduzida liquidez, com os mercados locais fechados na Sexta-Feira Santa e na segunda-feira, em homenagem a Tiradentes. O cenário sugere cautela nos próximos dias, com os investidores aguardando novos direcionamentos macroeconômicos.