Em fevereiro, a taxa média de juros do crédito livre para famílias e empresas alcançou 43,7% ao ano, com aumento de 1,5 ponto percentual (pp) em um mês e 3,4 pp em 12 meses, segundo dados do Banco Central. O cenário reflete a alta da Selic, taxa básica da economia, fixada em 14,25% ao ano pelo Copom, como medida para conter a inflação. Juros mais elevados encarecem o crédito e incentivam a poupança, reduzindo o consumo e aliviando pressões sobre os preços.
Para as famílias, a taxa média do crédito livre chegou a 56,3% ao ano, impulsionada por altas no rotativo do cartão (450,6% ao ano) e no crédito pessoal não consignado (105,9% ao ano). Já para empresas, a taxa caiu 0,2 pp no mês, ficando em 23,9% ao ano, influenciada por recuos em operações como capital de giro. O crédito direcionado, regulado pelo governo, apresentou queda mensal, com taxas menores: 10,5% ao ano para pessoas físicas e 13,5% para jurídicas.
O estoque total de empréstimos no Sistema Financeiro Nacional atingiu R$ 6,486 trilhões, com crescimento de 0,4% em relação a janeiro. A inadimplência permaneceu estável em 3,3%, enquanto o endividamento das famílias subiu para 48,7% da renda acumulada em 12 meses. Analistas projetam que a Selic pode chegar a 15% até o fim do ano, mantendo a pressão sobre o custo do crédito e o consumo.