Em março, as taxas médias de juros cobradas por bancos subiram tanto para famílias quanto para empresas, com destaque para o crédito rotativo do cartão de crédito, que alcançou 445% ao ano, um aumento de 2,5 pontos percentuais (pp) em relação ao mês anterior. Apesar da limitação de juros do rotativo em vigor desde 2023, os valores seguem elevados, com alta de 23,7 pp em 12 meses para pessoas físicas. Já o crédito parcelado do cartão registrou queda de 9,6 pp no ano, ficando em 181,1% ao ano. Os dados foram divulgados pelo Banco Central (BC) em suas Estatísticas Monetárias e de Crédito.
No crédito livre, onde os bancos definem as taxas, a média para famílias subiu para 56,4% ao ano, com alta de 3 pp em 12 meses. Para empresas, o aumento foi de 3,5 pp no mesmo período, chegando a 24,6% ao ano. O cheque especial para pessoas físicas caiu 8 pp em março, mas ainda registra 134,2% ao ano. Já no crédito direcionado, com regras governamentais, as taxas para pessoas físicas e empresas ficaram em 11,4% e 18,4% ao ano, respectivamente. O BC atribuiu parte da alta ao efeito da composição dos saldos das operações.
O endividamento das famílias ficou em 48,2% em fevereiro, com leve queda mensal, enquanto a inadimplência permaneceu estável em 3,2%. O comprometimento da renda subiu para 27,2%, refletindo o cenário de juros altos, influenciado pela Selic em 14,25% ao ano. Analistas projetam que a taxa básica pode chegar a 15% até o fim de 2025, pressionando ainda mais o custo do crédito. O estoque total de empréstimos no sistema financeiro atingiu R$ 6,483 trilhões, com crescimento de 9,9% em 12 meses.