O ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu vista e suspendeu o julgamento que decidiria sobre a anulação de processos envolvendo um ex-ministro na Operação Lava Jato. Com a decisão, a análise do caso ficou empatada em 2 votos a 2 na Segunda Turma da Corte. Nunes Marques terá agora 90 dias para avaliar o recurso, que questiona a anulação dos processos determinada anteriormente por outro ministro.
A discussão gira em torno da validade das provas coletadas durante a operação, com argumentos divergentes entre os ministros. Dois votaram pela manutenção dos processos, enquanto outros dois defenderam sua anulação, citando possíveis irregularidades na atuação de juízes e procuradores. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que as provas não se limitam àquelas produzidas pela Lava Jato e incluem elementos reconhecidos em um acordo de delação premiada.
O caso reflete debates mais amplos sobre os métodos da Lava Jato e a legalidade de suas investigações. Enquanto alguns ministros defendem uma análise individualizada das provas, outros argumentam que decisões anteriores do STF já estabeleceram precedentes para anulação. O julgamento não tem data para retomada, deixando em suspenso a definição sobre o destino dos processos.