A juíza Valeska Facure Pereira, da 8ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro, declarou-se suspeita para julgar o processo que trata das demissões em massa na Eletronuclear, anulando a liminar que havia concedido um dia antes. A decisão, tomada na quarta-feira (9.abr.2025), suspendia o plano de desligamentos da estatal e determinava a reintegração dos funcionários demitidos. O caso foi redistribuído para a 39ª Vara do Trabalho, sob responsabilidade da juíza Patrícia de Medeiros.
A ação foi movida pelos sindicatos Sintergia-RJ e Stiepar, que alegam falta de negociação coletiva nas demissões, contrariando entendimento do STF. Os trabalhadores, considerados essenciais para a indústria nuclear, entraram em greve na terça-feira (8.abr) em protesto contra os cortes. O advogado responsável pela ação destacou os riscos à segurança nacional devido à perda de mão de obra especializada sem um plano de contingência.
A Eletronuclear, privatizada recentemente, enfrenta desafios orçamentários e busca reduzir custos para atrair investidores, especialmente para a retomada das obras de Angra 3. A liminar suspensa previa o pagamento de salários retroativos e multas diárias em caso de descumprimento, mas a mudança no julgamento do caso deixa o desfecho incerto.