O Ministério Público de São Paulo denunciou um juiz aposentado por falsidade ideológica e uso de documento falso, alegando que ele teria assumido uma identidade fictícia por cerca de 40 anos. Segundo a acusação, o magistrado, cujo nome real foi revelado pelas investigações, utilizou um falso nome de origem britânica para ingressar na carreira jurídica, formando-se em Direito na USP, prestando concurso e atuando no Tribunal de Justiça de São Paulo. A fraude só foi descoberta quando ele tentou emitir uma nova via de seu RG em outubro de 2023, levando a polícia a comparar suas digitais com as do registro original.
As investigações apontam que a personalidade falsa foi criada em 1980, com documentos que incluíam um nome estrangeiro e uma suposta ascendência nobre, embora seus pais tivessem nomes brasileiros. Durante sua carreira, o juiz proferiu milhares de decisões sob o nome falso, chegando a ocupar cargos importantes dentro do TJSP. A denúncia lista ainda três ocasiões específicas em que ele teria utilizado documentos falsificados, incluindo registros no Detran e no Renavam.
O caso, que corre em segredo de Justiça, levou o Ministério Público a pedir o cancelamento dos documentos fraudulentos e medidas cautelares, como a entrega do passaporte e a proibição de deixar a cidade onde reside. As motivações para a suposta vida dupla permanecem desconhecidas, segundo as autoridades. O magistrado não foi localizado para comentar as acusações até o fechamento da reportagem.