A jornalista e escritora Miriam Leitão foi eleita para a cadeira de número 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), tornando-se a 12ª mulher a ingressar na instituição em seus 128 anos de história. Com 20 votos, ela superou o ex-senador Cristovam Buarque, que recebeu 14. Sua eleição consolida uma trajetória marcada por obras que explicam a realidade brasileira de forma única, abordando economia não apenas com números, mas através das histórias das pessoas.
Miriam Leitão é reconhecida por sua vasta produção literária, que inclui ficção, crônicas e literatura infantil, mas sua fama veio principalmente de livros que desvendam o Brasil com um olhar humanizado. Pioneira em conectar economia e meio ambiente, ela recebeu prêmios internacionais, como o Maria Moors Cabot, um dos mais importantes do jornalismo mundial. Sua carreira começou no Espírito Santo, onde enfrentou desafios durante a ditadura, e consolidou-se em veículos de grande alcance, como a Rede Globo e a rádio CBN.
A eleição representa não apenas um reconhecimento literário, mas também simbólico, como destacou a acadêmica Rosiska Darcy. Miriam, que desde a infância sonhava em ser escritora, vê na ABL uma missão de preservar a língua portuguesa e a cultura brasileira. Sua história, desde a menina que lia escondida em Caratinga até se tornar uma das vozes mais respeitadas do país, reflete um compromisso com a democracia e a educação.