A maioria das principais nações enviará líderes de alto escalão ou membros da realeza ao funeral do papa Francisco no sábado, mas Israel optou por uma representação mínima, limitando-se ao seu embaixador no Vaticano. A decisão reflete o declínio nas relações entre os dois Estados desde o início da guerra em Gaza em 2023, segundo diplomatas. O governo israelense também excluiu uma publicação de condolências nas redes sociais, que foi posteriormente removida sem explicação, aumentando as tensões.
As relações entre o Vaticano e Israel deterioraram-se significativamente após o conflito em Gaza, com divergências sobre o tom das críticas ao Hamas e à resposta militar israelense. Em junho passado, um diplomata do Vaticano chegou a repreender publicamente o então embaixador israelense, destacando a necessidade de diálogo através dos canais adequados. O papa Francisco, por sua vez, expressou preocupação com a situação humanitária em Gaza, usando termos como “vergonhosa” e levantando questionamentos sobre possíveis crimes de guerra.
Apesar das tensões, algumas figuras religiosas, como o rabino-chefe de Roma, prestaram homenagens ao papa e confirmaram presença no funeral, mesmo marcado para o sábado judaico. A esperança de diplomatas é que ambos os lados superem as diferenças, mas o momento atual marca um dos pontos mais baixos na relação entre Israel e a Santa Sé.