As forças israelenses anunciaram neste sábado o cerco completo à cidade de Rafah, no sul da Faixa de Gaza, como parte de uma operação para assumir o controle de novas áreas do enclave. Os militares emitiram repetidos alertas para que centenas de milhares de palestinos deixassem a região, que já abriga deslocados de outras partes de Gaza. A área, de 60 quilômetros quadrados e fronteiriça com o Egito, tem visto sua população se concentrar em um espaço cada vez menor, limitado pelo mar Mediterrâneo.
A ofensiva foi retomada em março, após o fim de um cessar-fogo vigente desde janeiro, e incluiu a tomada do chamado Eixo Morag, uma região estratégica entre Rafah e Khan Younis. Segundo autoridades israelenses, a campanha visa libertar reféns ainda mantidos em Gaza e desarticular grupos militantes. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 50 mil palestinos morreram, de acordo com dados locais, e grande parte da infraestrutura do território foi destruída.
Enquanto isso, negociações para um possível acordo de trégua continuam, com uma delegação esperada no Cairo para discutir novas propostas. O grupo envolvido no conflito afirma que a libertação de reféns só ocorrerá como parte de um acordo que encerre a guerra, rejeitando exigências para depor armas. A situação humanitária em Gaza permanece crítica, com a maioria da população deslocada e sem acesso a recursos básicos.