O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) determinou a interdição ética total das atividades educacionais do curso de Medicina de uma universidade no Hospital Universitário de Canoas. A decisão, que não afeta o atendimento à população, foi tomada após uma fiscalização em março de 2025, que identificou a falta de contrato formal entre a instituição de ensino e o hospital, gerido por uma associação terceirizada. Além disso, foram constatadas irregularidades graves, como a superlotação de estudantes durante atendimentos, comprometendo a privacidade e a dignidade dos pacientes.
A vistoria revelou que até 12 alunos acompanhavam um único paciente, enquanto o recomendado seriam quatro. Estudantes também denunciaram a precariedade da estrutura, a falta de aulas básicas e a superlotação nos estágios. As queixas, encaminhadas ao Ministério Público e ao Cremers, motivaram a ação do conselho, que agora pode intervir antes da formação dos médicos, impedindo profissionais irregulares de lecionar.
O curso em questão já havia recebido uma avaliação baixa no Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE), agravando as preocupações sobre a qualidade da formação. A universidade não se pronunciou sobre as acusações até o momento. A medida do Cremers marca um passo significativo na regulação do ensino médico, visando garantir padrões éticos e de qualidade na formação dos futuros profissionais.