O Irã recusou-se a negociar diretamente com os Estados Unidos sobre seu programa nuclear, citando a incoerência e as ameaças constantes por parte do governo americano. Em declaração divulgada pelo ministério das Relações Exteriores, o país afirmou que não vê sentido em diálogos diretos com uma parte que “constantemente ameaça usar a força”. No entanto, Teerã reiterou seu compromisso com a diplomacia e expressou disposição para negociações indiretas, mantendo a tradição de comunicação por meio de intermediários, como a Suíça e países do Golfo.
A tensão entre os dois países escalou após o presidente americano enviar uma carta propondo negociações, ao mesmo tempo em que ameaçava bombardear o Irã e impôs novas sanções ao setor petrolífero. Líderes iranianos questionaram a contradição nas ações dos EUA, argumentando que ameaças não condizem com um ambiente propício para diálogo. O presidente iraniano eleito no ano passado, que prometeu retomar o diálogo com o Ocidente, destacou a necessidade de flexibilização das sanções para reativar a economia do país.
O acordo nuclear de 2015, que incluía potências ocidentais e a Rússia e China, foi abandonado pelos EUA em 2018, levando o Irã a acelerar seu programa nuclear. Autoridades iranianas insistem que suas atividades são pacíficas, mas alertam que um ataque americano poderia forçar uma mudança de postura. O impasse continua, com Teerã buscando alívio econômico e Washington pressionando por concessões, sem avanços concretos até o momento.