Os investimentos em educação básica pública no Brasil aumentaram 8% entre 2013 e 2022, mesmo após ajuste pela inflação. Em 2022, o país destinou R$ 490 bilhões para o ensino infantil, fundamental e médio, o maior valor em uma década, representando 4,9% do PIB. Apesar da recuperação, os gastos haviam caído durante a pandemia, atingindo o menor patamar em 2020 (R$ 391 bilhões). A pesquisa, divulgada no Anuário Brasileiro da Educação 2024, destaca que a reformulação do Fundeb contribuiu para elevar o gasto médio por aluno de R$ 8,3 mil em 2013 para R$ 12,5 mil em 2023.
A distribuição dos recursos, no entanto, varia significativamente entre os estados. Enquanto São Paulo investiu R$ 15,3 mil por aluno em 2023, o Amazonas destinou apenas R$ 9,9 mil. Regionalmente, Roraima (R$ 15,4 mil) e Maranhão (R$ 10,2 mil) representam os extremos. A pesquisadora responsável pelo estudo ressalta que as despesas em educação estão diretamente ligadas à arrecadação de impostos, afetadas por crises econômicas e políticas como o Teto de Gastos.
Em comparação internacional, o Brasil ainda fica atrás: em 2021, gastou US$ 3,7 mil por aluno, menos que a média da OCDE (US$ 11,9 mil). Países como Chile (US$ 7,1 mil) e Argentina (US$ 3,7 mil) têm desempenho similar, enquanto nações como Noruega (US$ 17,8 mil) e Estados Unidos (US$ 15,6 mil) lideram o ranking. O estudo reforça a necessidade de ampliar os investimentos para melhorar a qualidade da educação básica no país.