A rede elétrica da Espanha e de Portugal foi restabelecida para todos os consumidores após um apagão que durou quase dez horas na segunda-feira (28), considerado o maior da história recente da Europa. O governo espanhol investiga se uma falha no sistema de energia solar teria desencadeado o blecaute, que causou prejuízos significativos, incluindo a perda de alimentos e produtos. Enquanto isso, autoridades portuguesas formaram uma comissão independente para avaliar o ocorrido, e a União Europeia também deve conduzir suas próprias investigações.
Especialistas apontam que a instabilidade na geração de energia solar e eólica, que respondia por 70% da eletricidade no momento do apagão, pode ter gerado um efeito cascata. A flutuação na produção dessas fontes renováveis não teria sido adequadamente compensada por usinas nucleares ou térmicas, agravando a situação. Críticas também surgiram sobre o isolamento da Península Ibérica em relação ao sistema elétrico europeu, o que poderia ter contribuído para a extensão do problema.
A operadora de energia espanhola descartou um ataque cibernético, mas o Tribunal Superior da Espanha decidiu atuar no caso para examinar outras hipóteses, incluindo possíveis falhas técnicas ou de gestão. Enquanto as investigações avançam, consumidores e empresas nos dois países contabilizam os danos, e a discussão sobre a segurança e a integração das redes de energia renovável ganha destaque no debate público.