O diretor-geral e um ex-diretor adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) prestaram depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (17) como parte das investigações sobre supostas atividades paralelas do órgão durante o governo anterior. Os depoimentos, que duraram cerca de cinco horas, ocorreram em sigilo de Justiça, e os detalhes não foram divulgados. A investigação apura o uso indevido da Abin para monitorar autoridades públicas, incluindo a possível formação de uma organização criminosa para realizar ações de espionagem ilegal.
Entre os casos sob análise está o suposto monitoramento de autoridades paraguaias envolvidas nas negociações do contrato de energia da usina de Itaipu, entre junho de 2022 e março de 2023. Segundo relatos, a ação teria sido iniciada no governo anterior e encerrada no início da atual gestão, após a descoberta pela direção interina da Abin. O Itamaraty negou qualquer participação do governo atual no caso, afirmando que a operação foi cancelada assim que identificada.
A PF busca esclarecer os fatos e determinar responsabilidades, ouvindo tanto o atual diretor-geral da Abin, que assumiu o cargo em maio de 2023, quanto o ex-diretor adjunto, exonerado em janeiro deste ano. O caso, revelado inicialmente pela imprensa, continua sob investigação, com a expectativa de novos desdobramentos à medida que as apurações avançam.