Os depoimentos do diretor-geral e do ex-vice da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) à Polícia Federal marcaram mais uma etapa no inquérito sobre supostas operações de espionagem ilegal durante o governo anterior. Os interrogatórios, que duraram mais de cinco horas, abordaram a possível persistência dessas práticas no início da atual gestão, levantando preocupações no Palácio do Planalto. Os envolvidos deixaram o local sem falar com a imprensa, enquanto as autoridades buscam esclarecer se houve monitoramento indevido de adversários políticos e interferência em investigações.
Text: A investigação, conhecida como “ABIN Paralela”, já dura dois anos e ganhou novo fôlego após denúncias de que a agência teria atuado em operações de vigilância durante negociações com o Paraguai sobre a usina de Itaipu. O caso resultou na suspensão das tratativas pelo país vizinho, acrescentando tensões diplomáticas. Além disso, a exoneração recente de um dos depoentes reforça suspeitas de obstrução às apurações, enquanto a PF trabalha para determinar a extensão dos supostos abusos.
Text: O desfecho da investigação é visto como crucial para o governo, que busca demonstrar transparência e controle sobre os órgãos de inteligência. A possibilidade de continuidade de práticas irregulares pode ter impactos políticos e diplomáticos significativos, especialmente em um momento em que o país tenta reforçar sua imagem internacional. O caso também evidencia disputas internas entre ABIN e Polícia Federal, levantando questionamentos sobre a eficácia da supervisão governamental sobre a agência.