Órgãos brasileiros têm até 30 de abril para responder a requerimentos sobre uma suposta operação de espionagem ilegal contra autoridades do Paraguai. A Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência (CCAI) do Congresso Nacional solicitou informações à Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e à Polícia Federal (PF) após um funcionário da Abin relatar, em depoimento, que a agência teria invadido sistemas do governo paraguaio. O objetivo seria obter dados sigilosos sobre negociações do Anexo C do Tratado de Itaipu, que estabelece as bases financeiras da usina hidrelétrica binacional.
Segundo o depoimento, as operações teriam começado no governo anterior e continuado no atual, com autorização de dirigentes da Abin, utilizando ferramentas de intrusão como o Cobalt Strike. O governo brasileiro afirmou, em nota, que a operação foi autorizada pela gestão passada e interrompida pela atual assim que descoberta, reforçando seu compromisso com relações diplomáticas transparentes. O Paraguai, por sua vez, abriu investigação e convocou o embaixador brasileiro para esclarecimentos.
A situação gerou preocupação no Congresso Nacional, com parlamentares destacando os potenciais impactos nas relações bilaterais. O senador responsável pelo requerimento à Abin pediu acesso a relatórios sobre as negociações de Itaipu, enquanto o presidente da CCAI questionou a PF sobre o que sabe do caso. A comissão aguarda as respostas para decidir os próximos passos, buscando preservar a integridade das instituições e as relações internacionais do Brasil.