Investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) identificaram indícios de um esquema de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), envolvendo descontos não autorizados em aposentadorias. Segundo as apurações, associações filiavam os mesmos beneficiários em um único dia, com documentos contendo erros idênticos, sugerindo a produção em massa de termos ilegítimos. Os desvios, estimados em até R$ 6,3 bilhões, ocorreram entre 2019 e 2024 e envolveram servidores do INSS responsáveis por supervisionar acordos com as entidades.
A CGU constatou que 97% dos aposentados entrevistados em uma amostra de 1.273 pessoas afirmaram nunca ter autorizado os descontos. Onze entidades foram alvo de medidas judiciais, e seus contratos com beneficiários foram suspensos. Operações realizadas em 13 estados e no Distrito Federal resultaram na apreensão de bens de luxo, como carros, joias e dinheiro vivo, além do afastamento de cinco servidores públicos.
O caso expõe falhas na fiscalização dos Acordos de Cooperação Técnica (ACTs) entre o INSS e as associações, permitindo que mensalidades irregulares fossem cobradas sem consentimento. O governo prometeu devolver os valores fraudados, enquanto as investigações continuam para apurar a extensão do esquema e responsabilizar os envolvidos.