Investigadores da Polícia Federal consideram graves os avanços das apurações sobre um esquema de espionagem ilegal envolvendo a Agência Brasileira de Inteligência. As investigações apontam suspeitas de obstrução por parte de um alto dirigente da instituição, cuja permanência no cargo é vista como insustentável por autoridades. O caso ganhou repercussão após revelações sobre o uso de ferramentas para monitorar autoridades sem autorização judicial, além de operações de invasão a sistemas estrangeiros.
As apurações indicam que o esquema, iniciado em gestões anteriores, teria continuado mesmo após mudanças na direção da agência. Entre as alegações, está o uso de softwares para rastrear pessoas consideradas adversárias políticas, além de supostas operações contra sistemas governamentais do Paraguai durante negociações relacionadas à usina de Itaipu. O governo atual afirmou ter interrompido as ações assim que foram identificadas.
A situação expõe falhas estruturais na agência, que já havia sido alvo de críticas por parte de autoridades, incluindo o presidente. A investigação, que deveria ser concluída em 2024, ainda está em andamento, enquanto a pressão por mudanças na gestão da instituição cresce entre investigadores e aliados do governo.