A investigação envolvendo o contrato do Corinthians com a casa de apostas Vai de Bet avança para uma semana crucial, com depoimentos marcados de dirigentes do clube à Polícia Civil. O presidente Augusto Melo e dois ex-membros da diretoria serão ouvidos entre 14 e 16 de abril, podendo optar por permanecer em silêncio ou até mesmo não comparecer. O inquérito, que deve ser concluído entre o fim de abril e início de maio, analisa supostas irregularidades no acordo de R$ 360 milhões, rescindido unilateralmente pela empresa após a descoberta de repasses questionáveis para uma intermediária.
O caso ganhou complexidade com versões contraditórias sobre a origem do patrocínio. Enquanto um intermediário alega ter encontrado a casa de apostas por meio de uma ferramenta de inteligência artificial, o dono da Vai de Bet afirma ter sido o próprio a procurar o clube, com ajuda de um empresário do meio sertanejo. Além disso, há indícios de que parte dos recursos tenha sido desviada para uma empresa ligada ao crime organizado, aumentando as suspeitas sobre o caso.
A polêmica já resultou na saída de diversos diretores e em um processo de impeachment contra o presidente do Corinthians, embora ainda sem data definida para votação. Augusto Melo conseguiu recentemente o afastamento preventivo do presidente do Conselho Deliberativo, acusando-o de parcialidade. Enquanto isso, o Conselho de Ética do clube recomenda aguardar o fim das investigações policiais antes de tomar decisões internas. O desfecho do caso pode impactar não apenas a diretoria, mas também a imagem institucional do time.