As duas maiores facções criminosas do Brasil, Comando Vermelho e PCC, movimentaram R$ 6 bilhões em apenas um ano por meio de um esquema sofisticado de lavagem de dinheiro. De acordo com a Polícia Civil do Rio, as organizações utilizaram mais de 20 empresas de fachada, incluindo negócios de transporte e perfumaria, além de um banco digital ilegal não registrado no Banco Central. As transações envolviam depósitos frequentes em dinheiro vivo, com notas de baixo valor e características associadas ao tráfico de drogas.
O esquema funcionava com o envio de recursos para contas de empresas fantasmas, que depois eram transferidos para o banco digital ilegal. Esse mecanismo permitia que o dinheiro fosse sacado ou redirecionado para outras empresas, facilitando a ocultação da origem ilícita dos valores. Autoridades destacam que os recursos lavados foram usados para financiar a compra de armas, drogas e a expansão territorial das facções, especialmente no estado do Rio de Janeiro.
As investigações, iniciadas há sete meses, contaram com a colaboração de instituições financeiras e órgãos de controle, como o Coaf. A descoberta expõe a complexidade das operações financeiras ligadas ao crime organizado e a necessidade de maior fiscalização sobre bancos digitais e empresas de fachada. O caso reforça os desafios no combate à lavagem de dinheiro e ao financiamento de atividades criminosas no país.