Uma investigação da Polícia Federal apontou um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS, com prejuízos estimados em R$ 6 bilhões desde 2019. Segundo as apurações, empresas atuaram como intermediárias no repasse ilegal de valores, recebendo milhões de reais de entidades associativas. Parte desses recursos teria sido destinada a servidores do órgão, com movimentações financeiras rápidas, possivelmente para dificultar o rastreamento.
A investigação identificou que pelo menos quatro empresas, todas registradas no mesmo endereço, estavam envolvidas no esquema. Uma das entidades associativas repassou mais de R$ 11 milhões para uma dessas empresas, com um aumento abrupto nos descontos de benefícios, saltando de R$ 135 em 2021 para quase R$ 15 milhões em 2022. Transferências milionárias também foram rastreadas para pessoas físicas e jurídicas ligadas a servidores do INSS, incluindo ex-dirigentes do órgão.
As defesas dos envolvidos negaram as acusações, afirmando que os valores recebidos não estão vinculados a irregularidades. A PF continua as investigações para apurar a extensão do esquema e identificar outros possíveis participantes. O caso expõe falhas na fiscalização e levou a questionamentos sobre a demora na apuração das fraudes, que afetaram milhares de beneficiários.