Os primeiros 100 dias do governo Trump trouxeram volatilidade aos mercados financeiros, levando alguns investidores a reduzirem sua exposição a ativos norte-americanos. Apesar de recuperações recentes, impulsionadas por otimismo em negociações comerciais, persistem dúvidas sobre a sustentabilidade da recuperação econômica e o impacto das políticas da Casa Branca. Estratégias de diversificação para ativos internacionais ganharam força, enquanto analistas questionam se a confiança no dólar e nos títulos do Tesouro americano permanecerá intacta.
A queda na participação do dólar nas reservas globais e a liquidação de títulos do Tesouro acenderam alertas sobre uma possível desdolarização, embora especialistas discordem sobre sua extensão. Enquanto alguns veem sinais de uma mudança estrutural, outros argumentam que o tamanho e a liquidez dos mercados dos EUA ainda os tornam irresistíveis para investidores globais. Críticas à política comercial e preocupações com a independência do Fed também contribuíram para a incerteza, embora o governo destaque trilhões em investimentos como prova de confiança na economia.
Apesar das divergências, há consenso de que os próximos meses serão decisivos para definir se a atual turbulência é passageira ou marca o início de um declínio mais profundo da hegemonia econômica dos EUA. Enquanto alguns investidores apostam em ouro e ativos alternativos, outros acreditam que reformas estruturais e políticas favoráveis aos negócios podem reforçar a posição norte-americana. A questão central permanece: os EUA continuarão a ser o porto seguro preferencial do capital global?