As taxas dos Depósitos Interfinanceiros (DIs) encerraram a sexta-feira em alta, com investidores aproveitando o IPCA-15 ainda elevado para justificar a realização de lucros na renda fixa. O índice, que subiu 0,43% em abril e acumula 5,49% em 12 meses, ficou dentro das expectativas, mas permanece bem acima do centro da meta do Banco Central (3%). A abertura do indicador mostrou pressão em setores como alimentação e bens industriais, além de um aumento na difusão de preços, reforçando o cenário inflacionário.
Os contratos de DI para prazos curtos e longos tiveram altas significativas, revertendo parte dos recuos recentes. Profissionais do mercado destacaram que o IPCA-15, aliado a um tom mais moderado (dovish) do BC, motivou a realização de lucros após quedas acumuladas de mais de 100 pontos-base no mês. O movimento aumentou as apostas em um novo aumento de 50 pontos-base na Selic em maio, atualmente em 14,25% ao ano, reduzindo a expectativa de um ajuste menor.
Enquanto isso, o cenário externo apresentou comportamento oposto, com os rendimentos dos Treasuries recuando devido a expectativas de alívio na guerra comercial entre EUA e China. O contraste destacou a reação do mercado local à inflação doméstica, que segue como fator determinante para as decisões de investimento no Brasil.