O mercado global tem testemunhado uma significativa rotação de investimentos, com capital migrando dos Estados Unidos para outras regiões. No primeiro trimestre, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram 5% e mais de 10%, respectivamente, enquanto bolsas como Europa, China e Brasil registraram altas acima de 15%. A divergência é atribuída ao valuation historicamente elevado das ações americanas, que começou a se ajustar, reduzindo a diferença entre os múltiplos de preço/lucro do S&P 500 e dos mercados globais.
Especialistas destacam que, apesar da saída de fundos quantitativos e institucionais do mercado americano, as big techs mantêm relevância devido à tese de inteligência artificial. Empresas como Nvidia e Google tiveram seus valuations ajustados, tornando-os mais sustentáveis. Enquanto isso, o investidor de varejo continua a sustentar o mercado doméstico, impulsionado pela mentalidade de que a bolsa sempre sobe.
A incerteza política nos EUA, incluindo possíveis mudanças na gestão econômica, também influencia essa rotação. A desvalorização do dólar no período beneficiou mercados emergentes, mas há riscos de um “sudden stop” caso a confiança empresarial e do consumidor seja abalada. Com o cenário em transição, analistas acompanham de perto as novas dinâmicas e oportunidades fora do território americano.