Países ao redor do mundo detêm mais de US$ 8,5 trilhões em títulos americanos, com Japão e China liderando como maiores credores. No entanto, a imposição de tarifas pelo governo dos EUA abalou a confiança dos investidores, que tradicionalmente viam os títulos do Tesouro americano como um refúgio seguro. Com o aumento das incertezas, muitos estão migrando para alternativas como ouro, Suíça e Hong Kong, reduzindo a demanda por títulos dos EUA e elevando os juros que o país precisa pagar para atrair capital.
A China, que possui US$ 760 bilhões em títulos americanos, está usando essa posição como estratégia na guerra comercial, vendendo parte de seus ativos para pressionar os EUA. Economistas destacam que o excesso de decisões unilaterais e imprevisíveis tem assustado o mercado, afastando investidores que buscam estabilidade. O Brasil, por sua vez, é o 15º maior detentor desses títulos, com cerca de US$ 200 bilhões.
O movimento reflete uma mudança no cenário global, onde a busca por segurança financeira já não está mais concentrada apenas nos EUA. A volatilidade causada por medidas protecionistas tem levado a uma diversificação de investimentos, com países e investidores priorizando ativos menos expostos a riscos políticos. Essa tendência pode ter impactos duradouros na economia mundial, especialmente se a desconfiança em relação aos EUA persistir.