O sentimento dos investidores em relação às perspectivas econômicas globais é o mais negativo em três décadas, segundo uma pesquisa do Bank of America (BofA). Cerca de 82% dos gestores de fundos entrevistados esperam um enfraquecimento da economia, refletindo um cenário de extrema cautela. No entanto, esse pessimismo ainda não está totalmente traduzido na alocação de ativos, o que pode indicar riscos adicionais para o mercado acionário dos EUA.
A exposição às ações norte-americanas caiu significativamente, com os gestores reduzindo suas posições de 17% acima da média em fevereiro para 36% abaixo em abril—a maior queda em dois meses já registrada. A incerteza em torno da política comercial e o aumento da volatilidade têm pressionado os investidores, com 42% considerando uma recessão provável. Apesar de uma recuperação recente, o S&P 500 ainda acumula perdas de 8,1% no ano, desempenho inferior a benchmarks internacionais.
Os estrategistas do BofA alertam que, para uma recuperação sustentável, seriam necessários avanços nas negociações tarifárias, cortes nas taxas de juros pelo Fed ou resistência nos dados econômicos. A pesquisa, realizada com 164 gestores que administram US$ 386 bilhões em ativos, mostra que os níveis de caixa (4,8%) ainda estão abaixo do patamar histórico (6%), sugerindo que o pico do medo pode não ter sido atingido. O cenário macroeconômico continua desafiador, com os investidores adotando uma postura defensiva sem precedentes.