A inteligência artificial (IA) está transformando diversos aspectos da vida moderna, mas sua capacidade de entender emoções humanas ainda é cercada de exageros e limitações. A computação afetiva, campo dedicado a interpretar e simular sentimentos, coleta dados como expressões faciais, padrões de voz e sinais biométricos para tentar prever estados emocionais. No entanto, emoções são complexas e variam conforme cultura e contexto, o que levanta dúvidas sobre a precisão e a ética dessas tecnologias.
Empresas investem bilhões em sistemas que detectam emoções, desde atendimento ao cliente até publicidade, mas especialistas alertam para riscos como viés racial, de gênero ou cultural. Casos polêmicos, como o uso de câmeras em metrôs para analisar reações a anúncios, ilustram preocupações com privacidade e manipulação. A União Europeia já proibiu a detecção de emoções em escolas e ambientes de trabalho, destacando a necessidade de regulamentação.
Apesar dos desafios, a computação afetiva pode trazer benefícios, como terapias mais eficazes e serviços personalizados. O equilíbrio entre inovação e responsabilidade dependerá de desenvolvedores, reguladores e usuários, garantindo que a IA seja aplicada de forma ética e transparente. O debate sobre até onde máquinas podem — ou devem — interpretar sentimentos humanos segue aberto, com implicações profundas para o futuro da tecnologia.