O INSS suspendeu todos os acordos que permitiam descontos diretos de mensalidades associativas em aposentadorias e pensões, após uma operação da Polícia Federal e da CGU revelar um esquema de cobranças indevidas. A medida, publicada no Diário Oficial da União, vale até nova avaliação da regularidade dos repasses. A decisão foi tomada pela presidente interina do instituto, que assumiu após o afastamento do titular a pedido do governo.
A investigação apontou que entidades de classe realizavam descontos sem autorização dos beneficiários, muitas vezes sem oferecer serviços em troca. Auditorias mostraram que 70% das entidades analisadas não cumpriam as exigências do INSS, e a maioria dos aposentados entrevistados afirmou não ter consentido com os descontos. A operação “Sem Desconto” resultou em mandados de busca, prisões temporárias e bloqueio de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.
O governo orienta os beneficiários a verificar seus contracheques e solicitar a exclusão de descontos indevidos pelo aplicativo ou site Meu INSS. Enquanto isso, o ministro da Previdência afirmou que o INSS não deveria intermediar a relação entre associações e aposentados, defendendo maior autonomia para os beneficiários. As investigações continuam, com foco em crimes como lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.