Um estudo liderado pela Fundação Medicina Veterinária (FUMVET), em parceria com a GlobalGen Saúde Animal, revelou que a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) na pecuária brasileira trouxe ganhos significativos em produtividade e redução das emissões de gases de efeito estufa. A técnica diminuiu a pegada de carbono em até 49% na produção de carne e 37% na de leite, enquanto aumentou a produção em 27% e 36%, respectivamente. A pesquisa destacou que a eficiência reprodutiva, aliada a melhorias genéticas, permite produzir mais alimentos com menor impacto ambiental, especialmente relevante no Brasil, que possui o maior rebanho bovino do mundo.
O estudo utilizou a metodologia de Avaliação do Ciclo de Vida (ACV), seguindo padrões internacionais como as normas ISO e diretrizes do IPCC, para comparar sistemas tradicionais de monta natural com a IATF. A análise considerou emissões desde a produção de insumos até a saída dos produtos da fazenda, convertendo-as em CO₂ equivalente. A regionalização dos dados, adaptada aos biomas brasileiros, garantiu maior precisão e comparabilidade global, reforçando a credibilidade dos resultados e sua aplicação em mercados de carbono.
Os pesquisadores destacaram que a IATF se integra a outras práticas sustentáveis, como a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), ampliando seus benefícios. A tecnologia não só melhora a rentabilidade do produtor, mas também posiciona a pecuária brasileira como parte da solução para a crise climática. Com a regulamentação do mercado de carbono, essas inovações podem se traduzir em certificações e incentivos econômicos, impulsionando a adoção de métodos mais eficientes e sustentáveis no setor.