Há 20 anos, um jovem eletricista brasileiro foi morto a tiros no metrô de Londres por agentes armados da polícia local, em um caso que até hoje levanta questões sobre a competência das autoridades. O incidente ocorreu em 2005, 15 dias após os atentados de 7/7 e um dia após uma tentativa frustrada de novos ataques no transporte público. Na época, o clima era de tensão, mas a vítima não tinha qualquer ligação com terrorismo: estava a caminho do trabalho, com um jornal gratuito sob o braço e um bilhete de transporte no bolso.
Em 2008, durante o inquérito sobre a morte, questionou-se se a polícia havia cometido erros graves na operação. Um advogado chegou a perguntar a uma alta autoridade policial se a força estava disposta a admitir falhas, mas a resposta foi evasiva. O caso expôs falhas na comunicação e no processo de identificação, levantando dúvidas sobre a preparação das equipes em situações de crise.
Apesar do tempo passado, o episódio permanece como um marco de discussão sobre responsabilidade institucional e transparência. A recusa em admitir equívocos públicos alimenta críticas sobre a cultura de impunidade em operações de segurança. O debate continua relevante, especialmente em contextos onde a pressão por resultados rápidos pode levar a decisões trágicas.