O analfabetismo no Brasil ainda é um desafio significativo, com 11,5 milhões de pessoas incapazes de ler ou escrever. No Rio Grande do Norte, a taxa de analfabetismo chega a 13,9%, quase o dobro da média nacional. Histórias como a de Rosa Maria Oliveira, que aos 84 anos decidiu se alfabetizar através da Educação de Jovens e Adultos (EJA), ilustram a persistência desse problema, especialmente entre idosos e moradores de áreas rurais, onde o acesso à educação foi historicamente limitado.
Iniciativas públicas e privadas têm surgido para enfrentar o desafio. O estado implementou uma política de superação do analfabetismo em 2021, atendendo 10 mil pessoas, e planeja expandir o programa para todos os municípios até 2025. Professores como Clóvis Leite e Derivaldo da Silva, que já vivenciaram as dificuldades da falta de educação, dedicam-se a ensinar adultos, destacando o poder transformador da aprendizagem. Além disso, empresas locais têm contribuído, liberando funcionários para aulas no local de trabalho, como ocorre em um canteiro de obras onde operários estudam três vezes por semana.
Os resultados começam a aparecer. Miguel Arcanjo de Miranda, um aposentado, está perto de se alfabetizar, enquanto Mateus Henrique de Oliveira, auxiliar de encanador, conseguiu ingressar em um curso técnico após aulas no canteiro. Essas histórias mostram que, embora o analfabetismo persista como uma dívida social, a combinação de políticas públicas, engajamento comunitário e parcerias privadas pode abrir caminhos para mudanças significativas.