A desigualdade de gênero no setor de tecnologia permanece um desafio, como evidenciado pelos dados da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde apenas 30% dos ingressantes nos cursos tecnológicos são mulheres. Danielle Nishida, líder em uma empresa de tecnologia em Florianópolis, destaca a necessidade de capacitar mais meninas para equilibrar essa disparidade no mercado de trabalho. Ela relata que eventos exclusivos para mulheres lotam, enquanto em ambientes mistos a participação feminina é baixa, sugerindo que o ambiente tradicional pode não ser acolhedor para elas.
Projetos como o Technovation Girls, presente em mais de 100 países, buscam mudar esse cenário ao oferecer capacitação em programação, inteligência artificial e empreendedorismo para garotas de 8 a 18 anos. Milena Veiga, voluntária do projeto em Santa Catarina, explica que as participantes desenvolvem aplicativos para resolver problemas sociais, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Ela ressalta que a falta de estímulo social para meninas em áreas lógicas as direciona a outras profissões, perpetuando a desigualdade.
Ambas as especialistas enfatizam a importância da representatividade feminina na tecnologia, não apenas para diversificar o mercado, mas para garantir que produtos e soluções atendam às necessidades de toda a sociedade. Danielle Nishida observa que muitos produtos são desenvolvidos prioritariamente para homens, ignorando metade da população. Iniciativas como essas visam não apenas capacitar, mas também inspirar confiança nas jovens, mostrando que o espaço na tecnologia também lhes pertence.