Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela que a informalidade no mercado de trabalho brasileiro atingiu 31,77% em 2024, o maior patamar desde 2012, mesmo com a taxa de desemprego no menor nível do período (6,6%). A pesquisa atribui esse crescimento à redução da capacidade de fiscalização do governo, com o número de auditores fiscais caindo 34,1% entre 2012 e 2024. Nesse intervalo, o número de trabalhadores com carteira assinada aumentou 11,4%, elevando a proporção de profissionais por auditor de 19.038 para 34.260 — muito acima do recomendado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT).
O Ipea estima que a contratação de 1.800 novos auditores poderia gerar R$ 879 milhões em arrecadação previdenciária e multas, superando o custo anual de R$ 560 milhões dessas admissões. Atualmente, 900 candidatos já foram convocados em concurso público, com outros 900 aguardando na lista de espera. O estudo destaca que limitações orçamentárias não devem impedir a recuperação da capacidade estatal de regulamentar o mercado e proteger os direitos trabalhistas.
Além disso, a pesquisa reforça a necessidade de fortalecer a fiscalização para reverter o cenário de informalidade, que impacta tanto a arrecadação quanto as garantias legais dos trabalhadores. O relatório não menciona nomes específicos, mantendo o foco em dados e políticas públicas para evitar viés ou exposição desnecessária.