O IPCA de março, com alta de 0,56%, indica que a inflação no Brasil não apresenta sinais de arrefecimento, mantendo-se em patamares elevados. Segundo análise apresentada no programa Morning Call da XP, a inflação subjacente, descontados itens voláteis, permanece em torno de 6%, o dobro da meta do Banco Central. Esse cenário reflete um desequilíbrio entre oferta e demanda, agravado pela desvalorização cambial do ano passado, pressionando custos e sustentando a alta de preços.
Apesar de alguns indicadores, como varejo, serviços e produção industrial, mostrarem desaceleração, a economia brasileira segue aquecida, com demanda forte e impacto positivo do agronegócio em setores como logística e comércio. O crescimento econômico, embora mais moderado que em 2023, ainda é significativo, levando a XP a revisar suas projeções do PIB para 2025 e 2026. No entanto, a persistência da inflação alta reduz a margem para manobras do Banco Central.
O cenário atual sugere que a queda da inflação será lenta e dificilmente atingirá a meta no horizonte relevante da autoridade monetária. Com atividade econômica firme e pressões de custo, o ambiente não favorece medidas mais flexíveis, mantendo o desafio para o controle inflacionário nos próximos meses.