A inflação ao consumidor no Japão subiu 3,6% em março na comparação anual, marcando o terceiro ano consecutivo acima da meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão (BoJ). O núcleo da inflação, que exclui alimentos frescos, avançou 3,2%, alinhado com as expectativas do mercado, enquanto o índice core-core, que também desconsidera energia e é prioritário para o BoJ, acelerou para 2,9%. Os dados refletem uma persistência nas pressões inflacionárias, mesmo com uma leve desaceleração em relação a fevereiro.
O cenário econômico é complicado pelas medidas protecionistas dos Estados Unidos, que impuseram tarifas sobre importações japonesas de aço, alumínio e automóveis. Essas ações podem limitar a capacidade do BoJ de elevar juros, já que pressionam a economia japonesa. Analistas do Nomura revisaram suas projeções, antecipando apenas um aumento na taxa de juros até março de 2027, com uma possível elevação somente em janeiro de 2026.
Além disso, o Nomura reduziu suas estimativas para o PIB real do Japão, prevendo crescimento próximo de zero no terceiro trimestre de 2025. Esse desempenho fraco pode impactar as negociações salariais de 2026, dificultando ajustes na política monetária. A combinação de inflação persistente e desafios externos coloca o BoJ em um cenário complexo, com pouco espaço para manobras no curto prazo.