A inflação no Brasil mostrou sinais de desaceleração em março, com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrando alta de 0,56%, ante 1,31% em fevereiro. No entanto, os preços dos alimentos continuaram a subir, com destaque para itens como tomate, café moído e ovos, que juntos responderam por um quarto da inflação do mês. O acumulado em 12 meses chegou a 5,48%, acima da meta oficial de 3%, mesmo com o aperto monetário do Banco Central.
O grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela pressão inflacionária, com alta de 1,17% em março, puxada por fatores como redução na oferta de tomate devido ao clima e aumento do custo do milho, que impactou o preço dos ovos. O café moído acumula alta de 77,78% em 12 meses, reflexo da queda na produção global, especialmente no Vietnã. Enquanto isso, setores como Transportes e Habitação registraram desaceleração, com a energia elétrica residencial subindo apenas 0,12% após o impacto do bônus de Itaipu em fevereiro.
Apesar da desaceleração geral, a inflação de serviços e o núcleo permanecem pressionados, sem indicar tendências de piora aguda. O Banco Central sinalizou um ajuste menor na taxa Selic para maio, após elevar o juro básico para 14,25% em março. O cenário externo, incluindo medidas tarifárias dos EUA, ainda pode influenciar os preços, mas o governo brasileiro afirmou que buscará negociar antes de adotar retaliações. A situação reforça os desafios para equilibrar controle inflacionário e crescimento econômico.