A inflação na Argentina atingiu 3,7% em março, segundo dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec). O índice representa uma aceleração em relação aos 2,4% registrados em fevereiro, embora a taxa acumulada em 12 meses tenha caído para 55,9%, abaixo dos 66,9% do período anterior. O resultado ocorre em meio a um ajuste econômico rigoroso, marcado pelo corte de subsídios a serviços essenciais e a paralisação de obras públicas, medidas que impactaram os preços ao consumidor e elevaram a pobreza no país.
Enquanto isso, o governo busca consolidar superávits fiscais e recuperar a confiança dos investidores, em um contexto de negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para um empréstimo de US$ 20 bilhões. O acordo, anunciado em nível técnico, aguarda aprovação da diretoria do FMI e tem como objetivo fortalecer as reservas do Banco Central, que vem vendendo dólares para sustentar o peso argentino. A expectativa de depreciação da moeda local tem pressionado os contratos futuros em dólar, com riscos de impactar ainda mais a inflação.
Apesar dos desafios, a inflação anual caiu significativamente desde o início da gestão atual, passando de 211,4% em 2023 para 117,8% em 2024 e, agora, para 55,9% nos últimos 12 meses. O governo mantém o objetivo de reduzir a taxa mensal para abaixo de 2%, condição considerada essencial para eliminar controles de capitais e atrair investimentos. O cenário econômico, porém, segue delicado, com protestos frequentes devido ao aumento da pobreza e do custo de vida.