A inflação nos Estados Unidos apresentou uma queda inesperada em março, com o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) registrando deflação de 0,1%, contra a expectativa de alta de 0,1%. A desaceleração nos preços, incluindo itens como bens, serviços e energia, trouxe alívio momentâneo, mas economistas alertam que o dado não reflete os efeitos das novas tarifas comerciais impostas pelo governo americano. Apesar da surpresa positiva, há consenso de que o impacto protecionista deve pressionar a inflação no segundo semestre, mantendo o Federal Reserve (Fed) em estado de cautela.
Analistas destacam que a suspensão temporária de tarifas para alguns países oferece apenas um alívio de curto prazo, enquanto as incertezas sobre a dinâmica inflacionária persistem. Projeções indicam que o Fed pode realizar apenas um corte de juros em 2025, a menos que haja uma desaceleração mais acentuada no mercado de trabalho. Expectativas de inflação e os próximos dados do PPI (Índice de Preços ao Produtor) serão cruciais para direcionar a política monetária nos próximos meses.
O cenário atual sugere que os riscos inflacionários continuam elevados, especialmente com a possibilidade de repasses das tarifas às cadeias de produção. Embora o CPI de março tenha sido benigno, economistas enfatizam que o Fed não tem espaço para complacência, e a condução da política monetária deve permanecer conservadora. A guerra comercial e seus desdobramentos ainda são as principais variáveis a serem monitoradas, podendo alterar significativamente as projeções para a economia americana no resto do ano.