A inflação desacelerou em março para todas as faixas de renda, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Para as classes de renda muito baixa, a taxa caiu de 1,59% em fevereiro para 0,56% em março, enquanto a classe de renda alta registrou redução de 0,9% para 0,6%. O Ipea atribui a desaceleração entre os mais pobres ao baixo reajuste das tarifas de energia elétrica (0,12%) e às quedas nos preços do transporte público, como ônibus (-1,1%) e metrô (-1,7%). Já para as famílias de alta renda, a melhora foi influenciada pela desaceleração nos custos da educação, que passou de 0,90% para 0,60%.
No entanto, os grupos de menor renda enfrentaram pressões nos preços de alimentos, com destaque para altas expressivas em ovos (13,1%), café (8,1%), leite (3,3%) e tomate (22,6%). Por outro lado, itens como arroz, feijão-preto, carnes e óleo de soja apresentaram quedas. As classes mais altas, por sua vez, foram mais impactadas por reajustes em passagens aéreas (6,9%) e serviços de recreação e lazer (1,2%).
Em comparação anual (março de 2025 ante março de 2024), a inflação acelerou para todos os grupos, com maior impacto nas faixas de renda mais elevadas. Nos últimos 12 meses, os principais pressionadores foram alimentos e bebidas, transportes e saúde. Destaques incluem aumentos significativos em carnes (21,2%), óleo de soja (24,4%) e café (77,8%), além de reajustes em serviços de saúde (7,8%) e transportes, como gasolina (10,9%) e aplicativos (18,3%). A inflação acumulada foi menor para a faixa de renda muito baixa (5,24%) e mais alta para a classe de alta renda (5,61%).