A prévia da inflação oficial no Brasil, medida pelo IPCA-15, desacelerou de 0,64% em março para 0,43% em abril, segundo dados divulgados pelo IBGE. Apesar da trégua em setores como passagens aéreas e combustíveis, os preços dos alimentos e bebidas subiram 1,14%, marcando o oitavo mês consecutivo de alta. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses atingiu 5,49%, o maior patamar em mais de dois anos, distanciando-se ainda mais da meta de 3% do Banco Central.
O cenário inflacionário permanece desafiador, influenciado pelo mercado de trabalho aquecido e pelo real enfraquecido. Economistas destacam que a persistência da alta nos alimentos e em setores como saúde e bens industriais pressiona o orçamento das famílias. Enquanto alguns analistas projetam possível alívio no segundo semestre devido à queda no dólar e em commodities, a convergência para a meta de inflação ainda é incerta. O Copom deve elevar a Selic em 0,50 ponto percentual em maio, levando a taxa para 14,75% ao ano.
Os alimentos responderam por 60% do IPCA-15 de abril, com destaque para altas no tomate (32,67%), café moído (6,73%) e leite longa-vida (2,44%). Já as passagens aéreas caíram 14,38%, oferecendo algum alívio. Economistas avaliam que o resultado foi modestamente pior que o esperado, com pressões persistentes em serviços e bens industriais. A expectativa para o IPCA em 2025 segue em 6,0%, reforçando a necessidade de cautela no controle da inflação.