Representantes indígenas da América Latina e da Oceania se reuniram em Brasília durante o Acampamento Terra Livre, criando uma aliança inesperada para pressionar por ações climáticas na COP30. Líderes de países como Fiji, Panamá e Austrália destacaram os impactos comuns do aquecimento global, como a elevação do nível do mar e a perda de terras cultiváveis, que ameaçam suas comunidades. O encontro, que atraiu cerca de 8.000 participantes, ganhou relevância devido à conferência da ONU que ocorrerá em Belém do Pará em novembro.
Os indígenas buscam maior influência nas negociações da COP30, exigindo o fim da exploração de combustíveis fósseis e o reconhecimento de seus territórios como barreiras essenciais contra as mudanças climáticas. Líderes como Alisi Rabukawaqa, de Fiji, e Olo Villalaz, do Panamá, enfatizaram a solidariedade entre os povos, apesar das distâncias geográficas. A articulação também visa fortalecer a cooperação com a Oceania, que pode sediar a COP31 em 2026.
O evento em Brasília destacou um alinhamento político mais combativo do que em encontros culturais tradicionais, como o Festival de Artes do Pacífico. A APIB, organização indígena brasileira, ressaltou a importância de uma agenda contínua entre as COPs, focada em justiça ambiental. Enquanto isso, a presidência brasileira da COP30 evitou se pronunciar sobre temas polêmicos, como a exploração de petróleo, que divide as negociações climáticas globais.