Indígenas de cinco aldeias no Setor Noroeste de Brasília estão em conflito com autoridades devido a projetos de expansão urbana que ameaçam suas comunidades. O cacique Álvaro Tucano, uma das lideranças locais, denuncia o desrespeito histórico contra os povos originários, destacando que a área já era habitada por indígenas antes da construção da capital federal. Ele alerta para os riscos da especulação imobiliária e cita violações de direitos constitucionais e internacionais, comparando a situação a outros casos graves, como os dos yanomami e pataxó.
O confronto entre policiais militares e indígenas ocorreu durante uma operação de desocupação ordenada pela Justiça, que autorizou a retomada de obras de infraestrutura na região. Lideranças criticaram a ação policial, descrevendo-a como violenta e desproporcional, enquanto a PM afirmou que houve resistência com pedras e arcos e flechas. A área em disputa, próxima às aldeias, é considerada essencial para a proteção das comunidades, que temem aumento da vulnerabilidade com a urbanização.
A Terracap, responsável pela gestão de terras no Distrito Federal, alega que a ocupação era irregular e que a ação visava garantir a continuidade dos projetos urbanísticos. Indígenas, no entanto, argumentam que a presença no local era uma forma de proteger suas terras da invasão por não indígenas. O impasse reflete tensões mais amplas sobre direitos territoriais e a falta de diálogo entre o poder público e comunidades tradicionais.