O Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização indígena do Brasil, foi encerrado nesta sexta-feira (11) em Brasília com a divulgação de uma carta aberta. O documento, assinado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), exige ações concretas da comissão organizadora da COP30 e critica a atuação da Polícia Legislativa durante uma marcha na noite anterior. Os participantes destacaram os impactos da exploração de combustíveis fósseis sobre povos tradicionais e defenderam uma transição energética justa como resposta à crise climática. O evento reuniu cerca de 8 mil pessoas, segundo os organizadores.
Durante o ATL, foi lançada uma proposta de meta climática (NDC) para reduzir emissões de carbono e anunciada a criação da Comissão Internacional dos Povos Indígenas. A iniciativa visa garantir maior participação dos povos originários na COP30, que ocorrerá em Belém em novembro, com colaboração de países da bacia amazônica, Austrália e ilhas do Pacífico. A carta da Apib enfatizou a importância de colocar os indígenas no centro do debate climático, evitando marginalização.
A carta também repudiou o uso de bombas de gás e spray de pimenta pela Polícia Legislativa contra manifestantes na Esplanada dos Ministérios. Em nota, a presidência do Senado afirmou que as ações foram “não letais” e necessárias para manter a ordem, reiterando respeito aos povos originários e a protestos pacíficos, desde que respeitados os limites do Congresso. O episódio gerou críticas de parlamentares, que classificaram a intervenção como violência institucional.