A atividade econômica do Brasil surpreendeu positivamente em fevereiro, com um crescimento de 0,4% no Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado pelo Banco Central. O resultado superou a expectativa de alta de 0,15% projetada por analistas, impulsionado principalmente pelo setor agropecuário, que registrou um avanço de 5,6% em relação a janeiro. No entanto, houve desaceleração em comparação com o mês anterior, quando o índice subiu 0,9%, e quedas pontuais nos setores industrial (-0,8%) e de serviços (+0,2%).
Apesar do cenário de juros elevados e expectativas de desaceleração, o agronegócio tem sido um dos principais suportes para a economia, com safras recordes compensando parte da fragilidade em outros segmentos. O BC já sinalizou um possível ajuste menor na taxa Selic, atualmente em 14,25%, para a reunião de maio, enquanto a inflação continua acima do teto da meta. Dados do IBGE também mostraram desempenhos mistos em fevereiro, com vendas no varejo atingindo patamares recordes, mas a produção industrial recuando 0,1%.
Persistem incertezas sobre os impactos de medidas externas, como as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que afetam os mercados globais. As projeções do mercado para o PIB em 2025 foram revisadas para 1,97%, refletindo um cenário de moderação. O IBC-Br, que serve como termômetro para o PIB, sugere resiliência da economia brasileira no curto prazo, mas com desafios à frente devido aos ventos contrários domésticos e internacionais.